sexta-feira, 17 de julho de 2009

Cessar fogo aos beligerantes

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30 de abril de 1945
No chão, o vermelho relusente do sangue que ainda jorra. O vento sopra fortemente sobre o branco que simboliza não só o fim, mas toda uma derrota, a morte o desespero. Quantas mães hoje não choraram a perda de seus filhos queridos. Quantos filhos ainda esperam a volta de seus pais. De seus pais heróis que voltam apenas em forma de medálhas. O Führer olha através das ruínas da Chancelaria do Reich e não vê mais nenhuma saída. As tropas inimigas avançam rapidamente. Em gratidão, o aperto de mão à aqueles jovens garotos que carregaram no peito a força de uma nação. Assim como na tradição nórdica, a decisão por um sepultamento como o guerreiro viquingue que é incinerado em seu barco de comando, o herói que morre solitariamente em seu último dia de batalha. As linhas inimigas ainda sugerem um caminho de fuga, mas já é possível compreender o que estava por vir. Na vitrola, o disco gira correndo a agulha de nossas vidas até chegar o final e esperar um novo começo. No salão da casamata, a felicidade tomava conta daqueles que estavam mais próximos à aquele condutor, o líder que abandonava seus seguidores. Trancado no quarto com sua doce Eva, o eco abafado do projétil que destoçaria sua cabeça e o odor amargo que se confundia com a doçura de sua esposa em uma tentativa triunfal e desesperada de um grande ditador.
Últimos dias de A.ph H.

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